A escravidão é em si mesma a mais terrível instituição criada na história da humanidade e amenizá-la significa desconsiderar esta condição fundamental trágica, a pior à qual se pode reduzir o ser humano. Estas palavras expressam o propósito do conjunto dos textos que compõem este livro. Na primeira parte encontramos um erudito texto de Mário Maestri sobre os caminhos percorridos pela historiografia da escravidão e estabelecem-se os contornos teóricos seguidos por alguns historiadores recentes, indicando conexões com as concepções derivadas da interpretação originária da obra de Gilberto Freyre. Os textos iniciais têm caráter de guia crítico para uma leitura da historiografia da escravidão, numa perspectiva teórica, e são muito úteis para os estudantes de história interessadosem se aprofundar no estudo e na pesquisa sobre a escravidão.
A segunda e a terceira parte do livro revelam que a escravidão, vista como relação violenta, de luta e resistências, não foi abandonada nem esquecida pelos historiadores atuais.