Em a segunda morte de Castro Alves: geneologia crítica de um
revisionismo, publicado em primeira edição em 2001, Mário Maestri
contextualiza a vida e a luta do poeta baiano; discute as razões
que levaram a transformar o ódio e a rebeldia do cativo em temas
poéticos maiores; ressalta o radicalismo de sua pregação
abolicionista, quando as classes dominantes, assentadas na
exploração do escravizado, rejeitam qualquer reforma cosmética da
instituição. Aponta-se o registro poético genial da oposição
entre escravizado e escravizador, grande contradição do Brasil
pré-1888, como essência imorredoura da poesia castro-alvense e da
incapacidade das classes dominantes de ontem e de hoje de
absorverem-na.