O rock sempre desempenhou um papel significativo no meio musical
não só em seu país de origem, os Estados Unidos, mas também em
diversos lugares do mundo, inclusive no Brasil, desde a década de
1950. Sua linguagem e contextualização cultural sofreram diversas
transformações ao longo dos anos, assim como outras formas de
arte. O rock descreveu sociedades, costumes e contestou atos
políticos, porém, no país, "entre a explosão da Jovem Guarda nos
anos de 60 e o Rock BR dos anos 80, há um capítulo importante e
pouco documentado da aclimatação do rock nos trópicos" (Bahiana,
2006, p. 65). É com esse olhar que o livro apresenta um estudo
sobre o rock brasileiro dos anos 70, produzido em plena ditadura
militar, no período de maior repressão e censura causado pelo Ato
Institucional nº 5 (AI-5). Uma manifestação artística libertária
e pacífica não poderia coexistir de forma harmônica com o regime
autoritário. Assim, a juventude procurou por meio do rock seu
próprio caminho em direção à felicidade, rompendo com os ideais
de quem queria impor repressão e censura no país.