As lutas que marcaram o Rio Grande do Sul durante a República Velha
apresentam no norte do estado o confronto entre o poder do campo,
representado pelos estancieiros, e o poder do mato, constituído
por ervateiros, pequenos proprietários e caboclos que viviam à
margem do latifúndio pecuarista. Os Maragatos da região, comandados
pelo "caudilho a pé" Leonel Rocha, sustentaram uma luta em condições
adversas, que se estendeu, de modo intermitente, desde a Revolução
Federalista de 1893 até as vésperas da Revolução de 1930, envolvendo
a questão da posse de terra e as relações de poder coronelístico,
marcantes no espaço latifundiário. Confrontos armados, tramas e
rixas, políticas pontilham o cotidiano em que se movem os personagens
desta história: caboclos,ervateiros e coronéis.